segunda-feira, 11 de março de 2013

Outras Classificações. O problema das línguas indígenas

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Outras Classificações. O problema das línguas indígenas De: MÁRIO CURTIS GIORDANI
Matéria: História da América pré colombiana Professor: Marcelo Abreu
Macaé/RJ
Classificações raciais:
Os índios encontrados pelos colonizadores na América do Norte possuíam características físicas muito diferentes com variações de estatura, estrutura óssea, índices cefálicos, nasal e facial, cor da pele, cor e aspecto do cabelo. Todas essas características resultantes das migrações do velho mundo com adaptações ecológicas, derivações genéticas e tendências evolutivas.
Classificações Culturais.
Clark Wissler falecido em 1947 classificou os povos pré colombianos de acordo com características gerais que envolvem o tipo de alimentação, a tulização da pesca, do artesanato, o nível de desenvolvimento da agricultura, a habilidade na técnica de cestaria e o tipo de habitação utilizada.
A Importância do Estudo das Línguas Indígenas
Interesse pela própria língua
O estudo das línguas indígenas permite definir as características fonéticas e morfológicas facilitando o contato com os habitantes do velho mundo.
Importância para as pesquisas etnológicas
O estudo das línguas indígenas facilita o estudo da origem dos povos, pois as famílias lingüísticas indicam uma conexão com o passado. Essas conexões permitem a análise das estruturas sociais e a partir de então criar uma classificação etnológica.
Chaves para entender manuscritos indígenas
No México e na Guatemala os registros escritos foram mais intensos caracterizando um elevo nível de adiantamento social.
Critério para classificação dos Ameríndios
O desenvolvimento cultural é analisado através da variedade e adiantamento dos níveis de escrita e idioma.
Prova de migrações indígenas no passado.
As movimentações dos grupos humanos pelo território das Américas comprovam uma modificação nos sistemas culturais mas não nas alterações lingüísticas. Estas permanecem com poucas alterações mesmo após modificações geográficas e culturais. A distribuição das famílias lingüísticas demonstra a forma de expansão dos grupos indígenas em determinado território.
O estudo das línguas indígenas através dos tempos
Por 300 anos após o início da colonização da América apenas os estudos jesuíticos era os responsáveis pela interpretação das línguas indígenas. No caso brasileiro o litoral apresentava o domínio da língua Tupi, a expansão desta língua promoveu o estabelecimento de uma língua geral o Tupi, assim como aconteceu com o Guarani no Paraguai. Transformando o país em uma população bilíngüe, sendo o espanhol utilizado pelas elites e o guarani pela massa popular.
O número de línguas indígenas
Em 1578 o padre Kircher estimou em cerca de 400 o número de línguas utilizadas no novo continente com o avanço dos estudos alguns chegaram a estabelecer cerca de duas mil línguas no continente. Apenas na América do Norte foram detectadas 58 línguas tronco em um universo de apenas 800 mil habitantes e cada língua como cerca de 4 ou 5 sub divisões. Foi detectado, também, que nenhuma das línguas utilizadas tem origem fora do continente americano.

sábado, 9 de março de 2013

A evolução cultural dos ameríndios através dos milênios

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
A evolução cultural dos ameríndios através dos milênios De: MÁRIO CURTIS GIORDANI
Matéria: História da América pré colombiana Professor: Marcelo Abreu
Macaé/RJ
Introdução
Após ficar claro que a origem do homem americano em grande parte se deve a migração de elementos asiáticos é importante observar como a cultura desse homem contribuiu para sua formação. As novas plantas, a cerâmica, metalurgia, escrita e outros traços característicos só foram desenvolvidos na América. Deixando claro que a arqueologia sempre trará novos elementos para contribuir na análise histórica desta ocupação.
Schobinger definiu os tipos básicos dos primeiros homens que habitaram a América:
- Caçadores Inferiores: Praticavam a coleta da alimentação existente, principalmente em zonas inóspitas.
- Caçadores Superiores: Utilizavam recursos mais avançados de caça como o arco, a zarabatana ou as bolas.
- Caçadores – Plantadores: Cultivavam os vegetais além de praticar a caça.
- Plantadores Recentes: Além de possuir as formas anteriores de cultivo e caça, desenvolveram a arte têxtil e a cerâmica.
- Altas Culturas: Possuíam organização social, arquitetura e redes de comunicação.
Estágio Pré Pontas de Projétil
Corrente de estudo que acredita que homem habitava a América antes das migrações mongóis e que estes habitantes eram essencialmente raspadores de pedra para desenvolver suas ferramentas. Isto é, as pontas afiadas ainda não foram descobertas ou desenvolvidas pelo homem.
Estágio Paleo Índio.
Neste período, cerca de 10 mil anos atrás, os artefatos encontrados possuem algum nível de sofisticação como pedras e pontas delicadamente trabalhadas para realizar tarefas cotidianas.
Período de Transição
Neste estágio já é encontrada a coleta de moluscos e sementes para a agricultura rudimentar. Além da moagem e aperfeiçoamento das ferramentas. Neste período encontram-se as primeiras cestas, sandálias e até os primeiros sepultamentos.
Origens e Difusão da Cerâmica
A cerâmica por seu um objeto frágil é uma marca definitiva de que o homem que a utilizou estava estabelecido no local. O seu grau de refinamento e de ornamentação é responsável pela identificação do nível de adiantamento cultural dos povos que a utilizavam.
Frank da Costa faz um painel da utilização da cerâmica no novo mundo. Por volta de 3.000 a.c. a cerâmica foi encontrada no Equador e na Colômbia. No Equador ela se encontra elaborada, com pintura se figuras muito finas. Já na Colômbia dois tipos foram encontrados o muito tosco em Valdívia e o mais elaborado em Puerto Hormiga.
Desenvolvimento Cultural “Recente” Áreas Nucleares: Meso América e Área Andina.
A Meso América se estende do norte do México até a Nicarágua e foi nessa região que os primeiros habitantes do continente mudaram sua dependência de culturas selvagens para uma agricultura controlada. É considerada como a cultura matriz desta região a cultura Olmeca entre 1500 e 1000 a.C.
Por volta de 300 a. C. cresce a cidade de Teotihuacán que se torna uma das maiores cidades pré industriais do mundo. Possuindo organização política, religiosa, comercial e artística. O desenvolvimento desta cidade e sua expansão deram origem a civilização Maia. Logo depois surgiria a civilização Asteca que em poucas décadas saiu das ilhas do lago Texcoco e dominou a maior parte do México.
No Peru se desenvolveu a cultura Mochica onde a principal característica era a vida urbana com milhares de casas. Na sociedade eram encontrados governantes, guerreiros, escravos, cativos, sacerdotes, artesões e pescadores. Em 200 anos aparecem os padrões econômicos, sociais e ideológicos. A região foi abandonada a cerca de 1.200 d.C. mas contribuiu para o surgimento do Império Inca.
Área Intermediária ou Circum Caribe
Área que nunca alcançou um desenvolvimento independente, devido a proximidade com as áreas nucleares. Só no início da era cristã apresentou alguma característica particular. Destacando-se a cultura Barrancóide com os mais belos monumentos do período pré colombiano.
Florestas
Na foz do Rio Mississipi se destacou o complexo Poverty Point entre 1.200 e 400 a.C. Onde foram encontrados montes artificiais, lâminas de machados e figuras na argila. No vale do Ohio destaca-se a cultura Adena com notáveis construções e estruturas cerimoniais. No Rio Illinois em 300 a.C. surge a cultura Hopewell com desenvolvimento funerário e especialização artesanal. Além das marcante diferença social. Na região da Amazônia a cultura ainda é pré cerâmica e de pouco desenvolvimento cultural.
Desertos
Na região do novo México e Arizona os Mogollons se destacam com casas semi subterrâneas, utilização de madeira como estaca para sustentar telhados de terra. Os Anazis, no Novo México, possuíam características urbanas ainda em 1.300 a.C. Os Hohokan ocupavam o sul do Arizona e para superar as barreiras do deserto abriram canais de 10 metros de largura e com até 16 km de extensão.
Campos
Os pampas do sul do continente americano apresenta um número menos de indícios de desenvolvimento pré colombiano do que o norte. Ao norte ficaram so grupos ceramistas e sedentários.
Costa do Pacífico
Ao norte a agricultura se desenvolveu junto com a cerâmica, tecelagem e metalurgia. E a consolidação da vida sedentária na região do Atacama.
Marginais
Formado por grupamentos humanos que não desenvolveram as culturas de se fixar na terra e desenvolver atividades comuns.
O Ártico
Uma região que se estende do estreito de Bering até a Groelândia foi habitado pela cultura esquimó. Baseada na alimentação de mamíferos marinhos e estabelecida como uma comunidade desde 1000 a.C. Aperfeiçoaram o uso de instrumentos cortantes e o uso de armadura e trenós.
A alimentação através dos milênios da caça e coleta a agricultura.
Os primeiros homens que ocuparam a América viviam em constante busca pelo alimento e três palavras resumiam bem o que eram: caçadores, pescadores e coletores. A evolução cultural destes homens começou com o aprimoramento da agricultura mas sem deixar de caçar e coletar. A produção do próprio alimento transforma a vida do homem primitivo da América de três formas: 1 – Permanência na terra (fim do nomadismo). 2 – Aumento de densidade demográfica (maior numero de filhos). 3 – Aumento de tempo excedente (o alimento está mais próximo). Esse conjunto de fatores contribuiu para desenvolvimentos no campo social, político e religioso.
As estruturas político sociais
Os sítios arqueológicos a beira do Rio Mississipi revelaram a existência de camadas sociais com locais de sepultamentos diferentes para cada classe. Os grupamentos de homens podem ser definidos da seguinte forma: Bando. Sociedades simples e sem lideres. Tribos. Formadas por sociedades de agricultores com algum nível de sedentarismo. Chefias. Sociedade baseada no parentesco, mas com níveis de hierarquias e princípios estruturais.
Religião
Frank da costa assim classifica as religiões ou hábitos religiosos do homem arcaico da América. - Henoteísmo. Deus se confunde com entidades cósmicas como o sol e as estrelas. Ou fenômenos naturais como a chuva e o trovão. - Espíritos da natureza. Culto aos animais e vegetais.
- Hábitos funerários. Oferendas nos túmulos e a preocupação em acalmar os mortos.
- Representação. Esculpir os deuses em argila, madeira ou pedra.
- Xamã. Um homem é o mediador entre os demais e os deuses.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Os primórdios do povoamento do continente americano

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Os primórdios do povoamento do continente americano De: MÁRIO CURTIS GIORDANI
Matéria: História da América pré colombiana Professor: Marcelo Abreu
Macaé/RJ
Por ocasião do descobrimento da América os europeus chamavam os habitantes encontrados de índios, pois pensaram estar na índia. Quando descoberto que se tratava de uma nova terra ficou a indagação. Como tratar essa nova gente? E de onde eles vieram? A origem dessa “nova gente” só pode ser explicada como um acontecimento intercontinental ou inter hemisferial. E segundo Ballesteros Gaibrois todo historiador deve ter cuidado ao apontar as verdadeiras origens do homem no continente Américo. O mais prudente e considerar várias possibilidades.
Várias Possibilidades
Para a origem do homem no continente americano uma das possibilidades é a do filósofo Platão que sugeriu a existência de um continente desaparecido chamado Atlântida que ao norte da África seria a ponte da América para os demais continentes. Mas geólogos derrubariam essa possibilidade afirmando que os continentes tomaram a atual configuração muito antes de o homem habitar a terra. Já o paleontólogo argentino Florentio Ameghino sugeriu que o homem teria origem própria (autoctonismo) no sul da patagônia. Mas sua teoria carece de elementos científicos.
Aleç Hrdliçka diretor do museu de antropologia de Washington formulou as seguintes origens: - Todos os índios americanos formam uma raça única. - A origem racial dos índios é mongol. - O estreito de Bering (Alasca) foi o caminho utilizado pelos mongóis para habitar a América. - A entrada dos mongolóides é recente, não ultrapassando 15.000 anos. - A entrada aconteceu em pelo menos 4 ondas migratórias.
O Antropólogo francês Paul Rivet com base em suas pesquisas determinou quatro correntes migratórias que povoaram a América: a migração australiana, a malaio polinésia, a mongolóide e a esquimó.
Problemas
Não pode deixar de ser considerado a influência do clima na ocupação do continente americano pelo homem. O gelo ao norte do continente foi uma barreira natural que regulou a entrada do homem. O caminho da Ásia para a América foi regulado pelo movimento dos animais de caça e pela homogeneidade da vegetação.
Hansen estudou o “Homem de Lagoa Santa” que foi um fóssil humano encontrado em Minas Gerais com aproximadamente dez mil anos de idade, mas que nada possuía de traços mongóis. Deixando algumas possibilidades como: A origem não exclusivamente mongol, a migração de outros povos ou uma migração de um povo pré ou proto mongol que só mais tarde chegariam a atual raça mongol.
Donde? Quando? Como?
Frank da Costa sugere que todos os elementos do povoamento da América indicam a origem asiática em um movimento realizado exclusivamente a pé, já que a utilização de barcos não era dominada naquele momento. As ilhas só seriam dominadas por volta de 1000 A.C como a ilha da Nova Zelândia. A passagem da Ásia para a América aconteceu no período do pleistoceno, onde pelo congelamento das águas o nível do oceano baixou de 70 a 150 metros. Esse corredor formado dispunha de vegetação e caça (mamute e bisão) suficientes para garantir a migração humana.
Dispersão
Os grupos humanos que chegavam a América no início do povoamento seguiram um roteiro em busca de alimento, mas deve-se considerar o espírito de curiosidade deste homem e o desejo de aventura diante de novos horizontes longínquos e misteriosos. A ocupação seguiu o sentido norte – sul e a direção ao leste só depois de atingir o fim da cordilheira dos Andes. Um processo facilitador foi o recuo da floresta amazônica a 13 mil anos atrás, transformando grande parte da floresta em savana. A ocupação do território brasileiro pelos primeiros homens aconteceu depois da passagem pela patagônia, isto é, depois do homem percorrer todo o sentido norte - sul.

quinta-feira, 7 de março de 2013

O Rio de Janeiro no Século XIX: Da cidade colonial a cidade capitalista

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
O Rio de Janeiro no Século XIX: Da cidade colonial a cidade capitalista De: Maurício de A. Abreu
Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Introdução
Apenas no início do século XIX a cidade do Rio de Janeiro começa a adquirir aspectos urbanos e de estratificação das classes sociais. A cidade não possuía meios de transporte coletivos e a diferença das classes sociais não era representada por localizações diferentes, mas por construções diferentes. Todos moravam juntos, as casas estavam lado a lado entre ricos e pobres. A explicação era a necessidade de se defenderem juntos de invasores ou indígenas. Foi a chegada da família real (1808) que inicia a nova organização social e cria uma nova classe social na cidade. A nobreza. Acrescenta-se a isso a explosão do cultivo do café, atraindo trabalhadores e investidores nacionais e estrangeiros.
A cidade é movida pela lógica escravista e capitalista. São dois interesses distintos convivendo no mesmo espaço urbano. Esse espaço só tem sua divisão estabelecida no momento em que os meios de transporte passam a atuar na cidade. Primeiro o bonde puxado a burros e depois o funcionamento dos trens suburbanos. O ano de 1870 pode Sr considerado o marco dessa divisão. A estrada de ferro D. Pedro I aumenta a oferta de trens suburbanos e a partir desse momento a mobilidade urbana oferece a cidade maiores opções de moradia e trabalho.
O período anterior a 1870: A mobilidade espacial é privilégio de poucos.
A residência real ficou estabelecida em São Cristovão e foi de lá que o primeiro ônibus funcionou, era com tração a burros e ligava são Cristovão ao Centro em 1838. As áreas mais distantes da cidade permaneciam com características rurais e produtoras de gêneros alimentícios. Já as áreas mais próximas começavam a ser divididas em chácaras e depois em lotes de ocupação urbana.
O atual bairro de Botafogo foi ocupado pela aristocracia carioca em 1843 e no ano seguinte já dispunha de uma linha de barco a vapor ligando a região ao centro da cidade e a ponta do Caju. As classes menos favorecidas ocuparam a região do cemitério São João Batista, inaugurado em 1852. Em 1854 o centro da cidade, representado pela rua da Candelária recebe o primeiro calçamento em paralelepípedos e a iluminação a gás. Em 1862 é inaugurada a rede de esgotos e a cidade do Rio passa a estar entre as cinco únicas cidades do mundo a contar com esse serviço. Os pobres começavam a ser empurrados para os cortiços lugares da habitação coletiva, insalubres e foco de epidemias que atingem a cidade desde 1850.
Bondes e trens: A cidade cresce em direções qualitativamente distintas.
Entre 1870 e 1902 a cidade do Rio de Janeiro experimenta a expansão acelerada de seu ambiente urbano. As linhas de bonde, principalmente a partir de 1868, levam a cidade para as zonas sul e norte. O dinheiro para essa expansão veio dos cafeicultores brasileiros que compravam terrenos nas áreas em expansão e de empresas internacionais que investiam na infra estrutura urbana. Em 1871 os bondes já transportavam 3 milhões de passageiros por ano.
Com a chegada da república a área de interesse do Rio de Janeiro saí de São Cristóvão e se desloca para o centro. Em São Cristóvão permanece a estrutura ferroviária que logo recebe a aproximação de empresas que necessitam utilizar a ferrovia para ampliar seus negócios. Com isso a nova aristocracia se desloca para a zona sul da cidade e morar a beira mar passa a ser o estilo moderno de viver.
Tem destaque o prefeito Barata Ribeiro que em 1893 estabelece uma guerra contra os cortiços o mais famoso da época foi o “Cabeça de Porco” que necessitou de a atuação de polícia e do exército.
O papel dos trens.
Os trens foram responsáveis pela aceleração do desenvolvimento da cidade. Enquanto os bondes atendiam as recentes áreas urbanizadas os trens desenvolveram as localidades rurais. Em 1858 o primeiro trecho da estrada de ferro D. Pedro II foi inaugurado ligando o Centro à Queimados. Em 1870 o ramal de Cascadura é ampliado atendendo aos horários comerciais do Centro. E o subúrbio se desenvolvia ao lado dos trilhos e em volta das estações ferroviárias.
A Rio de Janeiro Northern Railway Company que se transformaria na Leopoldina Railway ligava a região da Leopoldina e Mitity (atual Duque de Caxias) em 1886. Neste mesmo período a estação da Central do Brasil atingiu a marca de 30 milhões de passageiros por ano de 1886 a 1896. Mas um número ainda abaixo dos apresentados pelos bondes que transportavam 73 milhões de passageiros por ano.
A industrialização Carioca no final do século XIX e a emergência da questão habitacional.
O início da industrialização do Rio de Janeiro no fim do século XIX e início do século XX aconteceu no Centro e ficou caracterizada pela fabricação de calçados, chapéus, confecções, bebidas e móveis. Logo a indústria mais pesada chega como gráficas, metalúrgicas e siderurgias leves e alimentação. As industrias têxteis que utilizavam máquinas a vapor para sua produção estabeleceram suas atividades em região afastadas do centro como a Companhia Progresso Industrial do Brasil em Bangu e a Companhia Tecidos de Seda Brasileira no bairro da Piedade.
Enfim o espaço capitalista a Reforma Passos
A primeira década do século XX é marcada pela entrada de grandes capitais internacionais no Rio de Janeiro e a cidade precisava se transformar para receber e manter esse capital. O prefeito Pereira Passos comanda a maior transformação que a cidade recebeu. A cidade cresce em direção a zona sul e o automóvel é o novo meio de transporte que determina uma nova divisão social no espaço urbano. O centro da cidade ainda misturava carroças, cortiços, bancos e sedes do poder em ruas com fortes características coloniais. A reforma era urgente.
Pereira Passos Ligou a lapa com o Estácio construindo ruas com 17 metros de largura. Asfaltou as ruas do Centro, Catete, Glória, Laranjeiras e Botafogo pela primeira vez e eram as primeiras ruas asfaltadas do Brasil. A reforma estabeleceu uma nova organização no Centro, provocou a primeira intervenção estatal no espaço urbano e provou que a tentativa de acabar com as contradições sociais gera sempre novas contradições. Como a ocupação de morros ainda não habitados.

quarta-feira, 6 de março de 2013

A Colônia em Movimento (Introdução)

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
A Colônia em Movimento (Introdução) De: Sheila de Castro Faria
Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Prefácio.
A cidade de Campos dos Goitacases fica localizada na antiga capitânia de Paraíba do Sul. De lá emergiram lavradores de cana, senhores de engenho e escravos formando uma peculiar sociedade. Juntaram se a eles capixabas, baianos e comerciantes de diversas partes da colônia. Todos eles empenhados em expulsar ou se preciso exterminar os índios locais. Sendo que por fim raros foram os casos de sucesso, poucos deixaram herdeiros ou permaneceram na região.
A história colonial da cidade foi revelada por registros cartoriais, escrituras, registros paroquiais e processos criminais. E de acordo com Ciro Cardoso foi estabelecido n pós escravidão um proto campesinato, formado, inclusive, por negros que constituíam família na região. E o Rio de Janeiro é rico em pesquisas e registros sobre a família escrava no Brasil. Assim como em outras partes da colônia confirmava-se a regra: pai taverneiro, filho barão e neto mendicante.
Introdução
O trabalho é a constatação do comportamento dos homens coloniais. A fortuna e a família, assim como o trabalho são mapeadas em seus movimentos sociais. A família exerceu fundamental importância nas atividades coloniais da colônia e quase sempre ligadas ao mundo agrário. A individualidade era pouco importante e a família é o principal elemento de identificação social. Mas não apenas o sentido sanguíneo de família, mas parentela, coabitação e relações ritualísticas ampliam o sentido de família.
A grande produção de açúcar era financiada pelo capital mercantil metropolitano e por consequência capitalizava seus lucros, retirando o capital do campo. A historiografia brasileira deixava em segundo plano a pequena produção, mas o estudo das culturas “marginais” demonstra a importância destas na estrutura colonial.
O status social do Brasil colonial não correspondia ao acúmulo de riqueza. O poder econômico estava localizado nos comerciantes e os produtores rurais é que possuíam um poder maior dentro da sociedade. E os escravos emergem como grupo social importante no estudo da sociedade colonial brasileira mesmo estando desprestigiados nas relações sociais.
Embora anteriormente a luta contra os nativos goitacás forma intensas. No século XVI esses índios apreciavam carne humana, caçavam tubarões, jacarés e colecionavam ossos humanos. O início eficaz da colonização foi através das sesmarias doadas aos “Sete Capitães” que ocuparam a região priorizando a criação de gado. E o extermínio dos índios adversários. A opção pela criação de gado foi devido a facilidade de retirar de um local de conflito a produção e investimento dos capitães. E a proximidade com a Guanabara que comprava o gado para suprir as necessidades dos senhores de engenhos.
Com a ocupação da terra e a expansão dos currais, novos colonos chegavam para trabalhar na terra e os conflitos pelo direito de usar o terreno sem pagar taxas se estabeleceu. Colonos e proprietários iniciavam uma luta pela terra ou em termos atuais, uma luta pela reforma agrária.
O açúcar chega à região de campos com o declínio da produtividade na cidade do Rio de Janeiro e a saída dos Jesuítas da região. As terras da igreja foram leiloadas e a produção de açúcar começou.

sábado, 2 de março de 2013

Uma Fortaleza no Atlântico Sul.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Uma Fortaleza no Atlântico Sul.
Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Estácio de Sá na companhia de Manoel da Nóbrega e José de Anchieta aporta em primeiro de março de 1565 em uma pequena península em frente a um morro com cara de cachorro (Morro cara de Cão), e em homenagem ao rei de Portugal D. Sebastião, o lugar a consagrado ao padroeiro do rei São Sebastião. Apenas em primeiro de julho Estácio de Sá divide politicamente a região, oferecendo a maior parte do terreno a Companhia de Jesus. Da qual pertenciam os Jesuítas já citados. Para enfrentar os indígenas e franceses estabelecidos na região, Estácio de Sá recebe o apoio militar de seu tio Mem de Sá. Após os conflitos Estácio e ferido por uma flecha no rosto e faleceu cerca de um mês depois. Para prevenir ataques surpresas as tropas portuguesas procuram os morros para estabelecer moradias. O morro de São Januário, depois chamado de castelo. Em 1568 Manoel da Nóbrega monta o primeiro colégio no alto do morro.
Uma Cidade Portuguesa.
Já no início da ocupação da cidade do Rio de Janeiro uma família se estabelece no poder. Depois de Men e Estácio de Sá, chega a vez de Salvador Correia de Sá (Salvador, o velho) dar continuidade ao domínio político e militar da cidade. Esse domínio perdurou até 1660. A composição política era igual a todas as cidades do império português. A Câmara Municipal era formada por dois Juízes, um procurador e três Vereadores. Que eram eleitos pela classe dominante (aristocracia) por um período de três anos. Os morros foram ocupados por políticos, militares e religiosos. E as primeiras ruas da cidade eram exatamente os caminhos que ligavam estes morros. As moradias e comércios tendem a se direcionar para a zona portuária e o morro do Castelo, antes uam área central, agora se torna periferia e apenas os jesuítas permanecem por lá. Os limites da cidade são os morros do Castelo e do São Bento. Mas a cidade sofre por falta de água e a Câmara Municipal decide construir um aqueduto, as obras começam em 1617 e só terminam em 1750. Parte desta obra permanece até hoje, são os Arcos da Lapa.
Açúcar, aguardente e baleias.
Portugal investiu na cana de açúcar desde que começou a se interessar pelo Brasil em 1530. Os canaviais em engenhos da cidade ocupam as zonas rurais quase todas eram propriedades dos Correia de Sá. A mesma família tem autorização para construir um entreposto para pesar e armazenar a cana. E cobra taxas até 1851. Para exemplificar o poder econômico da família em 1630 eles já possuíam 700 escravos, além de terras na região de Campos com 160 escravos e sete mil cabeças de gado. As baleias eram um importante produto a ser utilizado na colônia, mas só eram capturadas quando encalhavam. Búzios, Niterói e a Ilha Grande eram os maiores centros pesqueiros em 1640, mas o monopólio do uso da baleia permaneceu com a coroa até 1801.
Índios, Jesuítas e Africanos
Os Jesuítas ocuparam um importante papel na defesa dos índios para a conversão a fé católica, mas não todo e qualquer índio. Apenas os que estavam em aldeias amistosas. Os índios do sertão eram mortos e perseguidos. A legislação portuguesa protegia os índios, pois seriam ótimos guias e poderiam ser utilizados como homens para guerras. Um índio convertido ao cristianismo Martin Afonso Araribóia recebeu do rei Sebastião uma sesmaria na região de Niterói, uma pensão e o hábito da Ordem de Cristo. No ano de 1757 a situação do índio no Brasil já não é boa. O Bispo da cidade descreve as aldeias próximas como antro de bêbados e propõe que as indiazinhas sejam educadas em casa portuguesas. Mas os políticos desencorajam estes atos. Os paulistas são os maiores perseguidores de índios com seus movimentos em direção ao desbravamento do interior do Brasil. As mortes foram tantas que levaram o Papa Urbano VIII e depois seu sucessor Paulo III a proibir a escravidão indígena. O Papa ordena que o vice rei do Peru auxilie os Jesuítas no Brasil e combater os paulistas. Na batalhe de Mbororpe em 1641 Jesuítas, índios e peruanos saem vitoriosos e obrigam os paulistas a recuar. A forte defesa dos índios por parte dos jesuítas acarretam a importação de escravos da África. Em 1610 os negros chegam ao Brasil com mais relevância e os próprios Jesuítas já são senhores de escravos negros. Em 1640 eles já conta com 600 escravos ajudar na defesa dos índios.
Sob o reinado de Salvador Correia de Sá e Benevides
A União Iberica, que foi a unificação das coroas de Portugal e Espanha (1580 - 1640). Transformou a cidade do Rio de Janeiro em um porto importante de controle de toda a região sul do Brasil até o Rio da Prata (Argentina). E as família dominante do Rio da Janeiro, os Correia de Sá, realizam a sua “pequena União Ibérica” Matin Correia da Sá se casa com a filha do governador de Cadiz (Espanha). Assegurando politicamente o futuro da família e de “sua” cidade. A soberania da família Correia de Sá termina em 1660 quando o governador das capitanias do sul se transfere para São Paulo. As elites contrariadas por muito tempo e a classe modesta revoltada obrigam Salvador Correia de Sá a voltar para a Europa. Permanecendo lá até sua morte em 1681. Ainda em 1676 o Rio de janeiro e elevado a categoria de Bispado. Área que seguia do Rio de Janeiro até o Rio do Prata. Era a confirmação que uma tirania sempre chega ao fim.